NEGRA POETISA: AS FÉRIAS DE MARIA

Meus amigos aqui venho,
Pra contar o que se deu,
Foi lá uns anos atrás,
Que isto aconteceu,
Era uma vez uma mulher,
Alegre e cheia de sonhos,
Um dia foi viajar,
Tomou na mão a bagagem,
E lá foi ela passear,

Onde chegou era um lugar,
Muito lindo e tranquilo,
Lá chegando ela encontrou,
Logo um canto pra ficar,
Na rua é que não podia,
Essa mesma se instalar,
A pousada bem limpinha,
Cama e comida gostosinha,
Isto é que é férias belezinha,

Mas logo vejam só,
O que foi que aconteceu,
A nossa amiga viajante,
Por lá logo conheceu,
Um senhor muito distinto,
E logo se encantou,
A pobre que estava só,
Sem ninguém para alertá-la,
Logo se apaixonou,

A paixão foi aumentando,
E a boba sem perceber,
Que o distinto senhor,
Era um grande fanfarrão,
A deixava toda animada,
Le levando pela mão,
Aos lugares mais caros,
Mas não pagava não,
Era ela que na bolsa enfiava a mão,

Vamos aqui vamos ali,
E lá ia sem direção,
Os presente ele escolhia,
Pra pagar ele dizia,
Esqueci minha carteira,
Lá em casa, que asneira!
Paga meu amor que depois acertamos,
Mas Maria desta feita acordou,
Deu aquele olhar de bom entendor,

Olha aqui o Zé Raimundo,
Você de mim já se aproveitou,
Agora chega seu cabra,
Vá já desbancando esta carteira,
E sua conta logo pagando,
Cansei deste papo furado,
Que você está me levando,
Posso estar apaixonada,
Mas estou só te observando,

E Zé Raimundo que não podia,
Sequer acreditar, que sua Maria,
Estava a lhe reclamar,
Acabou-se o que era doce,
O que já comeste já arregalou-se,
Tome jeito seu safado,
O seu tempo acabou,
De mim, não ves mais um tostão,
Arranje outra Maria, que te abra a mão!

Eita Maria danada,
De boba ela nada tem,
Voltou para a pousada,
Na loja largou o bem,
Lá chegando foi depressa,
Suas coisas arrumar,
Pegou o seu dinheirinho,
A passagem foi comprar,
E voltou pro seu lar doce lar.